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Colóquio "O Lobo no Alto Minho"
Publicada em 2013-05-31
Associação pretende realizar sessões de sensibilização em alguns dos concelhos onde a presença do lobo é significativa, com o objetivo de informar a população em geral sobre a situação do animal na região e esclarecer os vários aspetos relacionados com a política de conservação do lobo Ibérico em Portugal.

Em Portugal há cerca de 300 lobos distribuídos por 63 alcateias

O tiro furtivo e o tiro em batida continuam a ser as principais causas da morte da espécie.

 

Decorreu esta quarta-feira (29 de Maio) no Centro Municipal de Informação e Turismo de Arcos de Valdevez o colóquio “O Lobo no Alto Minho”, organizado pela ACHLI - Associação de Conservação do habitat do Lobo Ibérico, com o apoio do município arcuense.

 

A região do Alto Minho representa uma das principais áreas de distribuição do lobo Ibérico em Portugal, e, porque a relação lobo/Homem é complexa e coloca vários desafios na gestão de conflitos e conciliação dos interesses das populações locais com a conservação desta espécie protegida, a ACHLI achou por bem realizar um colóquio para informar a população em geral sobre a situação do lobo na região e esclarecer os vários aspetos relacionados com a política de conservação do lobo Ibérico em Portugal.

 

A sessão de abertura desta sessão ficou a cargo do Dr. José Miguel Oliveira, membro da direção da ACHLI, que referiu a importância da realização destas sessões no âmbito do esclarecimento às populações afetadas pela coexistência com o Lobo, avançando também que é intenção da Associação realizar colóquios noutros concelhos onde a presença deste animal, em vias de extinção, é significativa; e de Hélder Barros, vice-presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, o qual referiu a importância de se preservar o lobo, mas também o facto de ser necessário dar a devida atenção aos prejuízos causados por ele, afirmando ser necessário promover debates e soluções para melhorar a relação entre o ser-humano e os animais selvagens, bem como arranjar formas de apaziguamento para os constantes prejuízos provocados por estes predadores de topo, nos rebanhos de gado, principal fonte de subsistência de muitas populações serranas. 

 

Nesta sessão foram abordadas as razões do conflito Homem/Lobo, como por exemplo, os prejuízos provocados aos pastores, e a componente cultural que envolve o lobo, nomeadamente o património etnográfico; as representações da figura do lobo em monumentos, as estórias e as lendas; os ditos e adágios populares com a figura do animal; a utilização de partes do corpo do lobo na medicina tradicional, bem como os projetos que se encontram a ser desenvolvidos no âmbito da monitorização dos movimentos das alcateias e dos lobos, de toda a riqueza que envolve a espécie (o lobo é uma espécie-chave do nosso ecossistema; encontra-se no topo da cadeia alimentar; tem valor económico; contribui para a sustentabilidade da densidade biológica das diferentes espécies; tem valor cientifico, ética e riqueza cultural), os estudos que estão a ser realizados no terreno e a política de conservação do lobo em Portugal.

 

As comunicações estiveram a cargo de Francisco Álvares, CIBIO-Universidade do Porto, Helena Rio maior, CIBIO-Universidade do Porto; Gonçalo Brotas, ACHLI, e José Paulo Pires, ICNF, e a moderação a cargo de Jorge Miranda, ARDAL.

 

Maria João Brito

Gabinete de Imprensa

Câmara Municipal de Arcos de valdevez

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Duarte Cadete
"Lobos em Portugal", Paulo Caetano e Joaquim Pedro, Editora Má Criação

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